Telhados verdes têm vantagens ambientais e energéticas – UA

Telhados verdes têm vantagens ambientais e energéticas - UA

Os telhados verdes aumentam a temperatura média do ar no outono e inverno e diminuem-na na primavera e verão, destacando-se como reguladores no microclima urbano, papel particularmente importante num contexto de alteração climática em que os fenómenos extremos – ondas de calor, mas também ondas de frio – irão ser mais frequentes. Esta é uma das principais conclusões de um estudo de uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA).

O trabalho pretendeu responder à questão se os telhados verdes podem suportar a transição para uma cidade com um ar de qualidade, sustentável e neutra em carbono, e se são um caminho para limpar o ar das cidades e manter, nas áreas urbanas, baixos níveis de carbono. Publicado na revista “Science of The Total Environment“, o estudo centrou-se na área metropolitana do Porto. 

“Os impactos diretos dos telhados verdes foram pouco significativos ao nível de qualidade do ar, revelando uma ligeira tendência para aumentar as concentrações médias anuais de material particulado e de dióxido de azoto e para reduzir as concentrações anuais de ozono”, explica a investigadora Sandra Rafael que, a par dos investigadores Luís Correia, Ana AscensoBruno AugustoDiogo Lopes e Ana Isabel Miranda, assina o artigo. A equipa de investigadores pertence ao Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e ao Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA.

Eficiência energética

Na componente energética, aponta a investigadora, “os telhados verdes promovem um aumento da eficiência energética dos edifícios, que se traduz numa redução das necessidades de aquecimento e arrefecimento, mais pronunciada nas necessidades de arrefecimento (meses de verão)”. Este resultado destaca a capacidade de isolamento térmico que os telhados verdes possuem. 

No que aos impactos mais indiretos diz respeito, o artigo sublinha que os telhados verdes promovem uma redução das emissões atmosféricas associadas ao setor residencial, em particular aos equipamentos de aquecimento e arrefecimento, facilitam uma redução, ainda que ligeira, das concentrações anuais de partículas inaláveis e de dióxido de azoto e ajudam a reduzir os custos associados ao consumo energético. 

Saúde

Como demonstrado neste estudo, os telhados verdes apresentam benefícios ambientais, mas também socieconómicos, nomeadamente ao nível da saúde humana. Os telhados verdes contribuem para a salvaguarda da saúde humana por duas vias: i) regulação do microclima urbano – os telhados verdes contribuem para a redução da ilha de calor urbana e dos efeitos das ondas de calor e ondas de frio, reduzindo assim o risco da mortalidade associada às temperaturas elevadas e/ou muito baixas; ii) melhoria da qualidade do ar – esta melhoria implica uma redução da exposição populacional a concentrações elevadas de poluentes atmosféricas e, consequentemente, uma redução do risco de mortalidade e morbilidade associadas à poluição atmosférica.

Por outro lado, Sandra Rafael salienta os benefícios dos telhados verdes em outras vertentes da saúde pública. “São diversos os estudos que apontam os telhados verdes como uma das medidas mais relevantes para a promoção da saúde e bem-estar humano. Espaços desta natureza podem promover a prática de exercício físico, redução de stress e ainda uma melhor saúde mental”, diz.

Ao nível socioeconómico, os telhados verdes, ao reduzirem as necessidades energéticas, estão a contribuir para a suficiência energética, por um lado, e por outro, para combater a pobreza energética. Ao fazê-lo, os telhados verdes permitem reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Podem ainda ser apontados outros ganhos ambientais que, não tendo sido alvo de análise neste trabalho, são já conhecidos, nomeadamente: criação de nichos de biodiversidade, maior retenção da água das chuvas, entre outros.

Fonte: https://www.ua.pt

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